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Tempo de Obaluaê: Cura, Reflexão e Solidariedade nos Terreiros de Todo o Brasil

Lettiere 01/08/2025 Orixás
Tempo de Obaluaê: Cura, Reflexão e Solidariedade nos Terreiros de Todo o Brasil

Agosto é um mês de recolhimento, silêncio e reverência nos terreiros de matriz africana. É nesse período que se celebra Obaluayê, o orixá da cura, das doenças e da transformação espiritual. Também conhecido como Omolu em algumas tradições, Obaluayê é aquele que guarda os segredos da terra e dos ancestrais, sendo cultuado com respeito e profunda devoção.

Vestido com palhas sagradas que cobrem seu rosto, Obaluayê simboliza os mistérios invisíveis — as dores que não se veem, as feridas da alma, mas também o poder silencioso da cura. Neste mês, muitas casas de axé realizam o tradicional Olubajé, banquete ritualístico em sua homenagem, onde pipocas (deburu) são estouradas como oferenda e símbolo da transformação do sofrimento em bênção.

“Agosto é tempo de se conectar com a força da terra, de honrar os que já partiram e pedir proteção contra as doenças. Obaluayê nos ensina sobre respeito, silêncio e cura”, afirma Pai João de Obaluaê, dirigente espiritual do Ilê Axé Omi Ayé.

Obaluayê não apenas cura o corpo, mas acolhe os doentes, os esquecidos, os marginalizados. Seu culto reforça a importância da solidariedade e do cuidado coletivo, valores fundamentais nas religiões de matriz africana. Em tempos de incerteza, ele é lembrado como o orixá que ensina a atravessar a dor com dignidade e fé.

O mês de agosto, por isso, é um convite à introspecção, à limpeza espiritual e ao fortalecimento da ancestralidade. Obaluayê caminha entre os vivos e os mortos, trazendo equilíbrio entre os mundos e lembrando que toda dor tem um propósito e toda cura começa pelo espírito

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